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Quinta-feira, 05 de Dezembro de 2024
A história de Sebastião que amou os cachorros até o fim

Porangatu

A história de Sebastião que amou os cachorros até o fim

Sebastião dos Cachorros, conhecido por seu imenso amor pelos cachorros, que ganhavam abrigo por este homem de estatura pequeno e coração enorme.

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Um dos túmulos mais visitados no Cemitério Divino Espírito Santo, no dia de finados, é de Sebastião dos Cachorros, um ícone de Porangatu, se tornou uma figura admirada e respeitada pela comunidade ao longo dos anos. Conhecido por seu imenso amor pelos animais, especialmente pelos cães de rua, Sebastião dedicou sua vida a resgatar e cuidar desses animais, tornando-se um verdadeiro defensor dos direitos deles.

O Portal Serra Azul Notícias, nesses últimos dias ouviu moradores de Porangatu, que relataram que nos anos 70, um homem de estatura pequena, mas de coração enorme chamado Sebastião, desenvolveu uma conexão profunda com os cachorros, tornou-se um conhecido pelas pessoas, pois os cães abandonados na cidade, ganhavam a amizade e abrigo por Sebastião dos cachorros.

O radialista Ivan Vieira relata que Sebastiãozinho esteve doente e foi acolhido no Hotel Porangatu, onde dava banho nele e o ajudava vestir a roupa, disse ainda que participava na época de um grupo de jovens chamado JUCAP da Paróquia Nossa Senhora da Piedade e lembra que os jovens se reuniram e construíram uma casa para ele na rua Pedro II, próximo onde era a garagem da prefeitura.

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A Professora Socorro Vilela, tornou-se amiga de confiança de Sebastião. E ela nos relata que a história que dele, conhecido como Bastiões, é marcada por amor e dedicação aos animais. Segundo ouviu dele que era natural de Pires do Rio, e se tornou carinhoso com os cães, após um incidente em que um cachorro o salvou de uma picada de cobra. Em Porangatu, Bastiões vivia em condições difíceis, mas sempre cuidava de cães abandonados, fazendo rondas pela cidade para buscar comida para eles.

Apesar de sua saúde frágil e da vida simples, ele conquistou a amizade da comunidade, que o ajudou em momentos de necessidade, especialmente quando ficou gravemente doente e precisou de internação. Após sua recuperação, ele retornou para cuidar de sua cachorra Piúna e de outros cães. O relato da professora Socorro, mostra a mistura de carinho, solidariedade e a luta por dignidade, e destaca a importância de Bastiões para os porangatuenses e para os animais que tanto amava. Sua memória é celebrada, refletindo um profundo respeito por sua vida e seu legado.

Socorro, nos contou que Sebastião dos Cachorros, faleceu em um acidente enquanto tentava resgatar um cão em situação de perigo, em um ato heroico, Sebastião foi para debaixo de um caminhão. Infelizmente, o motorista não percebeu a presença dele e ao sair, acabou passando por cima de Sebastião, levando à sua morte. (acompanhe nas nossas redes sociais vídeo áudio, relatos da professora Socorro Vilela. Em breve, o link será disponibilizado).

O escritor Euclides de Souza ‘Goianinho”, em seu livro: HISTÓRIA DE PORANGATU, VOLUME I (Memórias), diz: “Alguns pedaços de seu corpo foram colhidos com uma pá, pois, sua cabeça foi esmagada naquele trágico acidente. Os moradores daquela rua nunca esqueceram desse acontecimento, um comovente dia onde Porangatu perdera um de seus filhos mais queridos.

Esse fato foi veementemente divulgado nos programas de rádio, onde muitos vieram das roças e de distantes localidades para o cortejo mais comovente até aquele momento. O povo deu o último adeus ao pequeno Sebastião dos Cachorros, um homem simples, que deixou o seu legado de protetor dos animais. Um homem cujo olhar era de amor e compaixão aos seus cães. Uma alma encantadora que perambulava pelas ruas de Porangatu. Um pequeno homem, chamado: "Sebastião dos Cachorros”.  

Euclides descreve ainda que Sebastião dos Cachorros sobrevivia de esmolas e vivia batendo às portas dos restaurantes a procura de comida. Era sua rotina repartir o que ganhava com os seus cachorros numa verdadeira demonstração de amor aos animais.

Ele lembra seus manuscritos que um bondoso homem proprietário do antigo Bar Central no centro da cidade, todos os dias servia gratuitamente o café da manhã para Sebastião e Sebastião com um sorriso no rosto, olhava para o dono do bar, esfriava o café e depois partilhava com os cães que o acompanhavam.

 

AGRADECIMENTOS: Radialista Ivan Vieira, Escritor Euclides de Souza e Professora Socorro Vilela, que gentilmente nos relatou a respeito de Sebastião dos cachorros. 

 

FONTE/CRÉDITOS: Marcelo Toler | Rede Serra Azul de Comunicação
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