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Domingo, 20 de Abril de 2025
Dia Mundial de Conscientização do Autismo: aceitação, entendimento, respeito e inclusão

Saúde
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Dia Mundial de Conscientização do Autismo: aceitação, entendimento, respeito e inclusão

Estima-se que cerca de 70 milhões de pessoas no mundo estejam no espectro autista, no Brasil, calcula-se que aproximadamente 2 milhões de indivíduos tenham TEA

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No dia 2 de abril, é celebrado o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para promover o entendimento sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), combater preconceitos, destacar as particularidades e necessidades desse grupo de pacientes e incentivar a inclusão.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 70 milhões de pessoas no mundo têm TEA.  A OMS destaca que esse é o transtorno do neurodesenvolvimento que apresenta maior crescimento nos últimos anos. No Brasil, a estimativa é que aproximadamente 2 milhões de pessoas estejam dentro do espectro autista. Em sua maioria, pessoas do gênero masculino.

Durante todo o mês, conhecido como Abril Azul, campanhas ao redor do mundo reforçam a importância de dar voz às pessoas autistas, destacando a necessidade de acesso a diagnósticos, tratamentos adequados e, acima de tudo, respeito e aceitação. O TEA é caracterizado por desafios na comunicação, interação social e padrões de comportamento repetitivos.

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A médica otorrinolaringologista pediátrica Juliana Caixeta informa que alguns fatores de risco, como a prematuridade extrema, idade parental avançada e exposição a agentes ambientais podem estar envolvidos no TEA. Segundo a especialista, o transtorno de linguagem é uma das características que ajudam a identificar o transtorno precocemente.

Transtorno de linguagem

“Uma das características mais marcantes e precoces do TEA é o transtorno de linguagem. Inclusive, é considerado como um dos critérios para o diagnóstico, uma vez que a alteração de linguagem pode comprometer significativamente as interações sociais”, destaca Juliana Caixeta. As alterações de linguagem podem ser identificadas já no primeiro ano de vida.

As alterações de linguagem mais comuns são o bebê chorar pouco, se aninhar pouco no colo, ter um contato visual pobre e não responder ao nome, o que normalmente ocorre a partir dos sete meses de vida. Entre 1 e 2 anos de idade, pode ocorrer um desenvolvimento de fala que, posteriormente, não irá se firmar ou desaparecer, no caso das crianças com TEA.

“Alguns pais relatam que, após uma certa idade, a criança ‘parou de falar’ algumas das palavras aprendidas previamente. O mais comum, entretanto, é que a fala não se desenvolva de maneira adequada. É também muito comum que a criança pegue o adulto pela mão para demonstrar o que quer”, explica a médica.

Juliana Caixeta afirma que a atuação do otorrinolaringologista é fundamental para, principalmente, descartar alterações auditivas que podem impactar o desenvolvimento da fala. “Por isso, toda criança com atraso de fala deve fazer o acompanhamento fonoaudiológico, mesmo que o diagnóstico do TEA ainda não possa ser firmado”.

Entre os 2 e 3 anos de idade, a alteração do funcionamento da linguagem se torna ainda mais expressivo, mesmo no TEA de alto funcionamento. Algumas características chamam a atenção – como a ecolalia, a repetição sem o objetivo de comunicação, ou seja, a repetição pela repetição.

Também é perceptível nessa fase a dificuldade de estruturar e compreender histórias e a tendência da fala proceder em um tom mais monótono. Algumas crianças podem apresentar hiperlexia, aquisição precoce da leitura, sem o desenvolvimento de outras habilidades cognitivas.

Juliana Caixeta ainda esclarece que na idade adulta, merece destaque para a detecção do TEA a compreensão literal de linguagem, com dificuldade de compreensão de humor, ironia e sarcasmo. “Além da linguagem, existem diversas outras questões associadas ao diagnóstico de autismo, ou seja, é um diagnóstico que requer atenção para que seja feito da maneira correta”.

É importante lembrar que existem outras situações que podem causar alterações de linguagem que se assemelham às encontradas no TEA e que, portanto, requerem uma consulta especializada para o diagnóstico correto. “O que deve ficar como aviso é que toda criança com alteração de linguagem merece investigação. E, principalmente, que precisamos falar mais sobre o TEA, conhecer melhor o assunto e promover a inclusão a cada dia mais”, enfatiza a médica Juliana Caixeta.

FONTE/CRÉDITOS (IMAGEM DE CAPA): Karen Tondato
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