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Sexta-feira, 13 de Junho de 2025
Lixo espacial cruza céu do norte de Goiás e sul do Tocantins e impressiona moradores

Brasil
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Lixo espacial cruza céu do norte de Goiás e sul do Tocantins e impressiona moradores

Além de Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Bahia e Minas Gerais presenciaram a queda do lixo espacial originário do foguete ‘Falcon 9’, da SpaceX

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Moradores das cidades de Porangatu e Uruaçu, no norte de Goiás, e de Talismã, no sul do Tocantins, foram surpreendidos na noite de quarta-feira (14) por um fenômeno incomum: uma sequência de luzes cortando o céu em alta velocidade, semelhante a uma ‘chuva de meteoros’. O espetáculo chamou a atenção e causou espanto na população local. Segundo Ary Martins, diretor da instituição de astronomia Plêiades do Sul, trata-se de uma reentrada de lixo espacial.

Especialistas explicam que o fenômeno foi causado por fragmentos do segundo estágio do foguete ‘Falcon 9’, da SpaceX. O astrônomo e conhecido observador de satélite britânico Jonathan McDowell já havia anunciado a origem dessa reentrada na atmosfera terrestre. De propriedade do Elon Musk, a empresa o lançou nessa missão em 2014. “Há uma defasagem no cálculo do período previsto de sua passagem, por isso foi importante esta confirmação”, diz Ary.

Segundo o professor de astronomia Marcelo Domingues, da Universidade Federal de Goiás (UFG), o brilho observado é típico de objetos artificiais ao reentrarem na atmosfera. “Quando pedaços de satélites ou de foguetes abandonados no espaço caem, eles entram em atrito com as camadas atmosféricas e pegam fogo, gerando esse efeito visual muito parecido com meteoros. A diferença é que o lixo espacial se desloca de forma mais lenta e uniforme”, explica.

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Ary Martins, em entrevista ao portal Serra Azul Notícias, revelou também que o objeto ficou quatro minutos no céu. “Portanto, o segundo estágio do ‘Falcon 9’ percorreu 1.500 km nesse processo. Ou seja, ele entrou em nossa atmosfera em uma velocidade aproximada de 6 km por segundo”, disse o especialista. Sabe-se também que essa é uma velocidade baixa para meteoros convencionais, mais um indicativo de realmente se tratar de lixo espacial.

A moradora Maria José Alves, de Uruaçu, conta que ficou assustada ao ver as luzes: “Achei que era uma estrela cadente, mas logo vi que era algo muito maior. Nunca vi nada parecido”. Já em Talismã, o agricultor João Batista descreveu o fenômeno como “uma fila de bolas de fogo descendo do céu”. Especialistas também reforçam a importância de não espalhar desinformação sobre o fenômeno.

A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que não houve qualquer risco para a população, e que eventos como este são monitorados por instituições internacionais. O evento reforça a crescente preocupação mundial com o acúmulo de lixo espacial em órbita da Terra. Estima-se que existam hoje mais de 30 mil objetos maiores que 10 cm circulando em volta do planeta, e milhões de fragmentos menores.

FONTE/CRÉDITOS: Pedro Gomes
FONTE/CRÉDITOS (IMAGEM DE CAPA): Divulgação
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