A Marcha das Margaridas representa a maior convocação de mulheres tanto das áreas rurais quanto urbanas na América Latina e está prestes a realizar sua sétima edição neste ano. A cidade escolhida para esse evento grandioso é Brasília, onde a presença de mais de 150 mil mulheres é aguardada para participar. Em 2023, a Marcha das Margaridas retorna ao epicentro do poder com o objetivo de tornar-se visível e propor políticas públicas que melhor atendam às necessidades das mulheres agricultoras e agricultores familiares de todo o país, na luta pela reconstrução do Brasil. A reunião tem a finalidade de resistir aos retrocessos sociais, exigir o fim do racismo e da violência contra as mulheres, além de defender os direitos humanos e o meio ambiente.
Mulheres de todos os cantos do Brasil, trabalhadoras que habitam nas cidades, nas periferias, nos campos, nas florestas e nas águas, têm a oportunidade de se unir na marcha agendada para os dias 15 e 16 de agosto, na cidade de Brasília (DF). As contribuições obtidas por meio do site da Marcha das Margaridas 2023 servirão para possibilitar a participação de mais mulheres no evento.
Quando iniciou
A primeira edição da Marcha das Margaridas ocorreu em 2000 e, de acordo com suas organizadoras, reuniu aproximadamente 20 mil mulheres, vindas de todos os recantos do Brasil, representando agricultoras, quilombolas, indígenas, pescadoras e extrativistas. Na última edição, em 2015, conforme a mesma fonte, cerca de 100 mil mulheres participaram do evento. A adesão a essa edição também foi notavelmente expressiva. Além das mulheres de todos os estados do Brasil, houve a participação de representantes de mais 26 nacionalidades. A marca distintiva do evento são as camisetas lilás e os chapéus de palha adornados com margaridas, usados pelas participantes.
Quem foi Margarida
A iniciativa denominada "Marcha das Margaridas" recebe esse nome em honra à líder sindicalista Margarida Maria Alves. Ela foi tragicamente assassinada em 1983, à frente de sua residência, na presença de seu esposo e filho pequeno. Naquela época, Margarida estava empenhada na luta pelos direitos dos trabalhadores na Paraíba. Durante os doze anos em que presidiu o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, Margarida liderou mais de 73 ações judiciais contra as usinas de açúcar de cana na região, buscando corrigir violações das leis trabalhistas. Entre essas ações, destaca-se o caso em que ela confrontou o filho de um fazendeiro que havia agredido brutalmente uma idosa paralítica, residente em suas terras.
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