Uma floricultura de Porangatu, norte de Goiás, está entre as empresas que estão sendo investigadas pela Polícia Federal, que deflagrou nesta quarta-feira (10) a Operação Caliandra.
O objetivo é apurar irregularidades na aplicação de recursos públicos federais repassados ao município de Barra do Garças MT). No total, 111 Policiais Federais foram mobilizados para esta operação denominada Caliandra. As investigações foram iniciadas em 2019.
Duas pessoas foram presas, até o momento. A PF cumpriu 38 Mandados de Busca e Apreensão em seis cidades de Goiás e Mato Grosso: Aragarças-GO, Porangatu-GO; Jussara-GO, Barra do Garças-MT, Pontal do Araguaia-MT e Cuiabá-MT.
A policia esclareceu que Caliandra é uma flor típica do Cerrado, e o nome da operação é uma alusão ao fato de uma das empresas contratadas para a execução da Orla de Barra do Garças ser uma floricultura em atividade para comércio varejista de plantas e flores naturais.
A polícia explicou ainda que nas investigações foram identificados indícios de irregularidades na aplicação dos recursos destinados à revitalização da Orla do Rio Garças e da Praça Domingos Mariano – BEIRA RIO, bem como à revitalização e ampliação do PORTO DO BAÉ.
O esquema de corrupção teria atuação desde a elaboração dos projetos, a realização das licitações e execução das referidas obras.
Segundo apurado, os procedimentos licitatórios teriam sido direcionados para beneficiarem determinadas empresas, as quais não teriam condições técnicas de executar o contrato, sendo contempladas, inclusive, empresas não ligadas à área de construção de obras, além de utilização de empresas de fachada para forjar competividade.
Além disso, foram verificadas transações financeiras suspeitas envolve a conta pessoal de servidor público municipal com empresas, e seus representantes legais, que possuíam contratos com a prefeitura. O montante movimentado pelo servidor, aproximadamente R$ 3 milhões, era incompatível com a sua remuneração, de um salário mínimo, fato que chamou a atenção dos investigadores.
A PF acredita que, no decorrer das investigações, será possível descobrir outros valores que tenham sido desviados durante esse esquema de corrupção. A polícia federal não divulgou os nomes das pessoas e das empresas envolvidas.
Empresa de Porangatu se pronuncia:
Em nota, a defesa da empresa Viveiro e Floricultura Tudo Verde afirmou que as empresas envolvidas no negócio são fantasmas, com endereços fictícios e sem ativo e registro comercial, com exceção da floricultura que tem sede há mais de 40 anos em Porangatu, com registro legal.
A defesa disse que a prefeitura rescindiu o contrato para realização da obra contratada por intermédio da licitação vencida pela empresa Viveiro e Floricultura Tudo Verde, em virtude de incompatibilidade dos preços ofertados pelo Município e o preço de mercado dos produtos a serem utilizados na consecução do serviços à época.
Um dos representantes da empresa Viveiro e Floricultura Tudo Verde explicou que todos os documentos para as devidas comprovações e esclarecimentos estão à disposição dos órgãos competentes.
Ele afirmou ainda que a empresa participou de uma licitação de obra de construção civil, em Barra do Garças GO, de acordo com a Legislação Vigente, e que na ocasião a empresa apresentou todos os documentos exigidos no Edital.
O empresário afirmou também que a empresa executou parte da obra e recebeu de acordo com as mediações executadas e que o contrato foi rescindido de forma amigável em novembro de 2022. "A minha empresa tem nas atividade secundárias, tem CNAE de Construção Civil", esclareceu.
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