O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) já começou a movimentação para criar uma base política própria, distante da influência direta do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. O objetivo é projetar um bolsonarismo ideológico e independente, preparando o terreno para uma possível candidatura à Presidência em 2026.
Segundo interlocutores, Eduardo tem se conectado a líderes da ultradireita internacional e reunido um grupo de 20 a 30 deputados federais e estaduais alinhados à sua visão. Há, inclusive, a possibilidade de que esses parlamentares migrem do PL para uma legenda menor sob o comando do deputado, reforçando seu projeto de protagonismo.
Essa vertente política se caracteriza pela rejeição a alianças com partidos do centrão, postura que já gerou atritos com a cúpula do PL, incluindo o presidente Valdemar Costa Neto. A estratégia de Eduardo visa manter o capital político da família Bolsonaro, já que o ex-presidente cumpre atualmente 27 anos de prisão e está inelegível.
Fontes próximas afirmam que, no cálculo do deputado, uma eventual vitória de um candidato fora do clã, como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), poderia enfraquecer o movimento. Por outro lado, a reeleição de Lula (PT) seria vista como um “mal necessário” para garantir que o bolsonarismo permaneça como a principal força de oposição.
Mesmo sem vencer em 2026, Eduardo pretende usar a candidatura para manter o movimento ativo, eleger uma bancada fiel e fortalecer seu grupo para 2030. A articulação ocorre enquanto ele está nos Estados Unidos desde fevereiro e enfrenta um processo que pode levar à cassação de seu mandato.
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