As estatísticas são frias, mas atrás de cada número há famílias destruídas e histórias interrompidas nas rodovias de Goiás. De janeiro a setembro de 2025, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) já registrou 61 colisões frontais causadas por ultrapassagens em locais proibidos, resultando em 31 mortes. A pressa, o excesso de velocidade e a desatenção seguem como inimigos invisíveis que se tornam fatais em poucos segundos de imprudência.
A tragédia mais recente, em Campinorte, escancarou o drama. Oito pessoas de uma mesma família e um casal que seguia de moto morreram após o motorista de uma caminhonete, embriagado e em alta velocidade, invadir a contramão na BR-153.
A colisão não apenas chocou a região, mas também expôs um dado preocupante: a rodovia é a mais letal de Goiás. Só em 2024, 27,6% das mortes em rodovias do estado aconteceram nela, segundo levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT).
Um retrato da violência nas estradas goianas:
- Em 2024, foram 3.304 acidentes registrados em rodovias do estado;
- 297 pessoas perderam a vida;
- Mais da metade das mortes (51,5%) ocorreram à noite;
- As principais causas estão no comportamento ao volante: sono, imprudência, ultrapassagens arriscadas e motoristas que simplesmente cruzam a contramão.
A BR-153, que corta Goiás de ponta a ponta, já foi palco de outras tragédias recentes. Em julho, um engavetamento envolvendo micro-ônibus, carreta e ônibus em Porangatu deixou 75 feridos e quatro mortos.
Na tentativa de mudar esse cenário, obras de duplicação começaram em julho em 53,4 km entre Uruaçu, Campinorte, Rialma e Rianápolis. A concessionária Ecovias Araguaia afirma que tem intensificado melhorias, como novas placas, reforço na sinalização e recapeamentos. Mas os especialistas alertam: nenhuma obra substitui a responsabilidade do motorista.
O recado da PRF é direto: respeitar os limites de velocidade, evitar ultrapassagens em locais proibidos e redobrar a atenção podem ser a diferença entre voltar para casa ou virar estatística.
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