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Terça-feira, 11 de Novembro de 2025
Jovem indígena de goiás se encontra com presidente da França e leva a voz do cerrado à Europa

Meio Ambiente
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Jovem indígena de goiás se encontra com presidente da França e leva a voz do cerrado à Europa

Suellen Ramos, de 25 anos, da Cidade de Goiás, falou sobre a crise climática e o papel das juventudes e dos povos tradicionais em evento

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A jovem indígena Suellen Ramos, de 25 anos, da etnia goyá, transformou a própria história em ponte entre o Cerrado goiano e o mundo. Natural da Cidade de Goiás, ela se encontrou com o presidente da França, Emmanuel Macron, durante um evento que antecedeu a COP-30, para falar sobre a crise climática e o papel das juventudes na defesa dos biomas brasileiros.

“Nosso país tem muitos biomas que dependem uns dos outros, e a Amazônia é a floresta anciã, a grande bisavó de todas as outras florestas”, declarou em seu discurso, emocionando o público presente.

O encontro aconteceu na quinta-feira (6), durante a Caravana Fluvial Científica e Intercultural, que percorre o trajeto de Manaus (AM) a Belém (PA). A iniciativa reúne jovens ativistas, pesquisadores e instituições da França e do Brasil em uma jornada de cooperação científica e ambiental, em preparação para a conferência do clima da ONU, que será realizada em 2025 na capital paraense.

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Suellen contou que a conversa com Macron foi breve, mas significativa. “Foi uma conversa rápida, mas ele interagiu com a gente. Ele perguntou quais ações locais eu e os meninos fazíamos”, relatou.

A goiana participou do encontro ao lado de Thiago Maiandeua e Tatianny Cristina Queiroz Soares, ambos do Pará. O trio representa o LAB Jovens, um programa da Embaixada da França no Brasil que mobiliza jovens lideranças brasileiras em prol do ativismo ambiental e social.

Em sua fala, Suellen destacou o protagonismo das juventudes nas favelas, periferias e aldeias do país. “Há muitos coletivos de jovens que criam hortas, fazem reflorestamento, produzem arte e educação ambiental como formas de enfrentamento à crise climática. Mas ainda faltam recursos e visibilidade para essas ações”, afirmou.

Do Cerrado à COP-30

Formada em Letras pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e fluente em francês, Suellen contou que seu envolvimento com o ativismo começou durante a pandemia da Covid-19, ao refletir sobre a forma como os seres humanos se relacionam com a natureza.

“Eu comecei a repensar essa relação que a gente tem com o nosso bioma. Também fui viajando entre Goiás e Bahia e vi o desmatamento muito grande no Cerrado”, explicou. Antes de mergulhar na ciência, Suellen atuava com conscientização ambiental por meio da arte e da poesia. Mas sua participação no programa da Embaixada da França abriu novos horizontes.

“Antes, eu lutava muito em um campo artístico, cultural. Desde o começo do ano, com essa formação do Lab Jovens, eu tenho entendido as coisas mais concretamente. Quando vi que a COP seria no Brasil, pensei: eu preciso entender o que é a COP, como ela acontece, e onde a luta popular entra nisso”, contou.

A voz do Cerrado ecoa no mundo

Atualmente, Suellen segue em Belém (PA), onde vai participar da Cúpula das Infâncias, evento que integra a Cúpula dos Povos — uma programação paralela à COP-30 que reúne povos indígenas, ribeirinhos e comunidades tradicionais.

Mais do que um encontro com um chefe de Estado, a fala de Suellen simboliza o eco do Cerrado dentro do debate climático global. De Goiás para o mundo, ela representa uma geração que entende que a defesa do meio ambiente começa na própria casa — e que a sabedoria dos povos tradicionais é parte essencial dessa luta.

“O Cerrado é o coração do Brasil. É daqui que nascem as águas. Proteger o Cerrado é proteger todos os outros biomas”, costuma dizer. Com sua fala firme e poética, Suellen Ramos mostra que o futuro do planeta também se escreve com sotaque goiano, raízes indígenas e o verde do Cerrado.

FONTE/CRÉDITOS (IMAGEM DE CAPA): Reprodução
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