Uma história que começou com dor terminou com resposta rápida da polícia. Após a morte brutal de uma criança de 7 anos, atingida por disparos de arma de fogo durante um ataque a tiros na noite de sexta-feira (7), a Companhia de Policiamento Especializado (CPE) de Uruaçu deflagrou uma operação que resultou na prisão de três suspeitos e na morte de um quarto em confronto com os militares.
O crime chocou Campinorte e toda a região norte de Goiás. A criança estava com o padrasto — dono de uma hamburgueria local — quando dois homens armados pediram um sanduíche em um lugar ermo e quando chegaram, eles saíram de uma área de mata e abriram fogo contra o veículo da família. O padrasto foi baleado no braço e sobreviveu; já a criança, levada com urgência ao hospital, não resistiu aos ferimentos.
Em entrevista exclusiva ao portal Serra Azul Notícias, o 1º Tenente Neimar Alves Ferreira, comandante da CPE de Uruaçu, disse que a suspeita é de que o padrasto estaria envolvido com uma facção criminosa. Ainda segundo o policial, assim que a informação do crime chegou ao COPOM, a equipe foi mobilizada.
“Fomos acionados com a informação de que haviam ocorrido um homicídio e uma tentativa de homicídio em Campinorte. No local, uma criança de sete anos havia falecido e o padrasto estava ferido. De imediato, deslocamos para o hospital e começamos a coletar informações com as equipes que atenderam a ocorrência”, explicou o oficial.
A partir de dados colhidos com um policial civil e o apoio da Agência de Inteligência do 18º CRPM, a CPE passou a rastrear os possíveis autores.
“Recebemos a informação de que os suspeitos estariam escondidos em um hotel na cidade de Alto Horizonte. Quando chegamos, abordamos o primeiro indivíduo, identificado como Victor Gabriel, vulgo Tarzan. Ele confirmou a participação no crime e nos levou até o segundo envolvido, Mateus de Souza Costa”, relatou o tenente.
Mateus confessou que havia recebido R$ 400 para dirigir o carro usado no ataque — um Honda Civic branco — e contou que a ordem para matar o padrasto da criança teria vindo de uma organização criminosa rival. Segundo ele, participaram da ação Moisés Gomes da Silva (vulgo Gago), Leonardo (vulgo G3) e Victor Gabriel, sendo que os dois primeiros efetuaram os disparos.
Durante as buscas, os policiais encontraram duas armas de fogo — um revólver calibre .38 e uma pistola calibre 7.65 — escondidas em uma residência em Campinorte, a mando dos criminosos.
Confronto e morte de um dos autores
Enquanto seguiam novas pistas, as equipes da CPE e da Polícia Civil localizaram os últimos dois suspeitos em fuga pela GO-428, próximo a Alto Horizonte.
“Ao avistarmos a motocicleta com as características repassadas, demos ordem de parada, mas o condutor desobedeceu e iniciou fuga. Durante o acompanhamento, ele abandonou o veículo e efetuou disparos contra a equipe”, contou o tenente Neimar.
Os militares revidaram a agressão. O homem, identificado como Moisés Gomes da Silva (vulgo Gago), acabou alvejado. “Mesmo com sinais vitais, ele foi socorrido imediatamente na nossa própria viatura até o hospital de Campinorte, mas não resistiu”, completou o comandante.
No local, foram apreendidos o revólver calibre .38 utilizado por Moisés, além de capacete, celular e motocicleta, que foi levada ao pátio do pelotão da PM de Campinorte.
Com os quatro envolvidos identificados — três presos e um morto em confronto —, a polícia conseguiu reunir provas e apreender todas as armas utilizadas no crime.
O crime que tirou a vida de uma criança inocente durante uma simples entrega de lanche marcou Campinorte para sempre. A prisão dos suspeitos e o desmantelamento do grupo são vistos como um passo importante para restaurar a paz e a confiança da comunidade.
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