A crise da bebida adulterada com metanol em São Paulo acendeu um alerta que agora já preocupa o país inteiro. O número de mortos subiu para cinco, segundo o secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva. Ao todo, são 22 casos de intoxicação registrados, sendo 7 confirmados e 15 em investigação.
As vítimas estão na capital e na região metropolitana. A confirmação de que parte das mortes tem ligação direta com bebidas contaminadas aumentou a corrida das autoridades para identificar a origem do produto falsificado.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que há indícios de que a distribuição dessas bebidas tóxicas ultrapassa os limites de São Paulo. A Polícia Federal abriu um inquérito para rastrear a procedência do metanol e verificar se há ligação com o crime organizado. “Tudo indica que a rede de distribuição transcende os limites de um único estado”, disse Lewandowski.
Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, a investigação pode ter conexão com esquemas já desmantelados, como a ‘Operação Carbono Oculto’, que revelou uso de metanol adulterado no setor de combustíveis sob influência do PCC.
O que se sabe até agora
As mortes ocorreram após consumo de diferentes bebidas, como gin, vodca e uísque. A contaminação com metanol não altera sabor nem cheiro, só pode ser confirmada em laboratório. Em bares e adegas suspeitas, as garrafas estão sendo recolhidas para análise.
O metanol é altamente tóxico. A ingestão pode causar dor abdominal, vômito, tontura, visão embaçada, convulsões e, em casos graves, levar à morte. A orientação é clara: se sentir sintomas após ingerir bebida alcoólica, procure atendimento médico imediato.
Além da PF, o Ministério da Saúde deve enviar nota técnica às redes de saúde para reforçar a vigilância. A Senacon já notificou Procons de todo o país para acompanhar os casos e alertar consumidores. Enquanto isso, a população teme que novos casos surjam em outros estados.
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