A operação lançada pelo governo de Goiás para combater a circulação de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol já tem resultados concretos nos primeiros dias. A força-tarefa, formada pelas secretarias de Segurança Pública e Saúde, além do Procon-GO, conduziu cinco pessoas para prestar depoimento, mas ninguém foi preso até o momento.
O delegado-geral da Polícia Civil, André Ganga, explicou que as investigações não se limitam ao metanol. “Estamos apurando qualquer tipo de adulteração, inclusive produtos vencidos ou impróprios para o consumo. O objetivo é proteger a população e garantir a segurança dos consumidores”, afirmou em entrevista ao Mais Goiás.
Segundo o delegado, os casos estão sendo enquadrados no artigo 272 do Código Penal, que prevê pena de quatro a oito anos de prisão para quem falsifica ou adultera produtos alimentícios de forma intencional.
“Por enquanto, ainda não há confirmações de bebidas com metanol em Goiás, apenas uma fiscalização preventiva. Recomendamos que as pessoas verifiquem a procedência do produto, o preço e o local de compra, para evitar riscos”, reforçou Ganga. Denúncias podem ser feitas pelos números 190 e 197.
Casos sob investigação
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) informou que três casos seguem sob investigação e dois já foram descartados.
Em Itapaci, uma mulher de 25 anos segue internada em estado grave no Hospital do Centro Norte Goiano (HCN), em Uruaçu. Ela passou mal após consumir bebida alcoólica em Guarinos, mas vem apresentando melhora e já foi extubada.
O segundo caso é o de um homem de 47 anos, morador de Padre Bernardo, que está em protocolo de morte encefálica. Ele foi socorrido inicialmente em Brazlândia (DF) e depois transferido para o Hospital de Base de Brasília. Dentro do carro do paciente foram encontradas cervejas, vodca, destilados e energético comprados em uma localidade conhecida como Vendinha.
O terceiro é o de um jovem de 20 anos, de Formosa, que também havia sido internado após consumir vodca, mas recebeu alta no último dia 4 após melhora no quadro e desaparecimento dos sintomas de visão turva.
Casos descartados
O caso mais recente descartado é o de uma jovem de 18 anos, de Senador Canedo, internada no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Exames mostraram que não houve intoxicação por metanol.
Antes dela, um homem de 25 anos, de Bom Jesus de Goiás, também teve o caso descartado. Ele apresentou vômitos, dor abdominal e visão turva, mas exames indicaram outra causa de intoxicação, ainda em investigação pelo Centro de Informações e Assistência Toxicológica (CIATox).
A operação segue em andamento e novas ações devem ocorrer nos próximos dias em bares, distribuidoras e pontos de venda em todo o estado.
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