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Terça-feira, 11 de Novembro de 2025
Câmara aprova urgência de projeto que restringe aborto legal em crianças vítimas de estupro

Saúde
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Câmara aprova urgência de projeto que restringe aborto legal em crianças vítimas de estupro

Proposta quer derrubar resolução do Conanda que garante atendimento humanizado e sem limite de tempo gestacional

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A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (5), por 313 votos a favor e 119 contra, o regime de urgência para o projeto de lei que restringe o aborto legal em meninas menores de 14 anos vítimas de violência sexual. Com a aprovação da urgência, o texto pode ser votado diretamente em plenário, sem passar pelas comissões da Casa.

A proposta é de autoria da deputada Chris Tonietto (PL-RJ) e busca derrubar uma resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), publicada em janeiro deste ano, que orienta os serviços de saúde a garantirem o aborto legal a meninas em qualquer mês da gestação, sem exigência de boletim de ocorrência, autorização judicial ou comunicação aos responsáveis legais.

O Conanda é vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e reúne representantes do governo e da sociedade civil. O órgão defende que a medida visa assegurar um atendimento humanizado às vítimas de estupro, em conformidade com o que já é previsto em lei e com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

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Em um dos trechos da resolução, o conselho afirma que “o limite de tempo gestacional não possui previsão legal e não deve ser utilizado como barreira para a realização do procedimento”, devendo ser considerado apenas para a escolha do método médico mais adequado.

Já a autora do projeto, deputada Chris Tonietto, argumenta que o texto do Conanda “é ilegal e atenta contra o direito à vida”, defendendo que o aborto, mesmo em casos previstos em lei, deve seguir restrições.

O tema provocou forte debate entre os parlamentares

“Menina não é mãe, estuprador não é pai, respeitem a lei brasileira”, disse a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), ao criticar a tentativa de limitar o acesso ao aborto legal em casos de violência sexual.

A urgência foi apoiada por parlamentares de partidos como PP, PL, PSD, Republicanos, União Brasil e MDB. O relator do texto é o deputado Luiz Gastão (PSD-CE).

A resolução do Conanda não tem força de lei, mas funciona como uma norma orientadora para o atendimento de meninas vítimas de estupro nos serviços públicos de saúde, buscando agilidade e sigilo no acolhimento dos casos.

Com a aprovação da urgência, o mérito do projeto deve ser votado ainda hoje no plenário da Câmara.

Entenda o que está em jogo

- A legislação brasileira permite o aborto em três situações: gravidez resultante de estupro, risco de vida para a gestante e anencefalia fetal;

- A resolução do Conanda garante que, no caso de meninas menores de 14 anos, o atendimento ocorra sem entraves burocráticos;

- O projeto quer suspender essa norma, o que pode dificultar o acesso de crianças vítimas de violência sexual ao aborto legal.

FONTE/CRÉDITOS (IMAGEM DE CAPA): Divulgação
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