O acidente vascular cerebral (AVC), conhecido popularmente como derrame, é uma das doenças que mais mata no mundo — e o Brasil está entre os países mais afetados. Segundo o Instituto Nacional de Cardiologia e a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 84 mil brasileiros morrem todos os anos vítimas da doença. Mas a boa notícia é que até 90% dos casos poderiam ser evitados com prevenção e diagnóstico rápido.
Pensando nisso, o neurologista Marcos Alexandre, do Hospital Mater Dei Goiânia, desenvolveu um método simples e inédito que pode salvar vidas: o ‘SALVE’. O nome é uma sigla que ajuda a lembrar dos cinco principais sinais de alerta do AVC — Sorriso, Abraço, Linguagem, Visão e Equilíbrio.
“O objetivo é facilitar o reconhecimento dos sintomas tanto por profissionais quanto pelo público em geral. Cada minuto conta quando falamos de AVC — a rapidez no atendimento é determinante para o desfecho do paciente”, explica o médico.
Como funciona o método ‘SALVE’
S – Sorriso: Peça para a pessoa sorrir. O sorriso está torto ou o rosto parece caído de um lado?
A – Abraço: Peça para levantar os dois braços. Um deles cai ou não se movimenta bem?
L – Linguagem: Peça para repetir uma frase simples. A fala está enrolada, confusa ou difícil de entender?
V – Visão: Há dificuldade de enxergar com um dos olhos ou visão embaçada repentina?
E – Equilíbrio: A pessoa está tonta, com dificuldade para andar ou manter-se em pé?
“Esses sinais devem ser reconhecidos imediatamente. O tempo é o cérebro. Cada minuto sem atendimento representa a perda de milhões de neurônios”, alerta o especialista.
Entenda o AVC e por que o tempo é essencial
No Brasil, 80% dos AVCs são isquêmicos, causados pela obstrução de uma artéria cerebral, e 20% são hemorrágicos, quando há rompimento de um vaso. Nos dois casos, a intervenção rápida é decisiva.
Procedimentos como trombólise ou trombectomia precisam ser realizados até 4h30 após o início dos sintomas — por isso, reconhecer os sinais logo no começo pode definir a vida ou as sequelas do paciente.
Os principais fatores de risco são hipertensão, diabetes, colesterol alto, tabagismo e sedentarismo — todos evitáveis com acompanhamento médico e hábitos saudáveis. “A prevenção é uma ferramenta poderosa. Manter consultas regulares, alimentação equilibrada e atividade física reduz muito as chances de desenvolver um AVC”, reforça Marcos Alexandre.
“Reconhecer os sinais, acionar o serviço de emergência e procurar atendimento imediato pode fazer toda a diferença. O método ‘SALVE’ é um lembrete simples que pode salvar vidas”, conclui o neurologista.
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